RÁDIO

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Visitação da exposição “Auguste Rodin, homem e gênio” – por Tarso Reis.










Visitação da exposição “Rodin” – por Tarso Reis.







Proponente: Paula Carneiro.







- Interesses prévios apontados pelo proponente: ???




Atividades: Visita á exposição com obras do artista Rodin – Palácio das Artes







Percepções: Chego no exato momento que a turma inicia a observação no hall de entrada do palácio, provavelmente perdi as colocações iniciais e chego no local sem fazer a mínima idéia de quem seria Rodin ou do que tratava suas obras, dentre elas a primeira que observo: “O beijo” causa admiração primeiramente pelo seu tamanho, a escultura em gesso que representa um casal entrelaçado por um beijo apaixonado que esconde a identidade dos mesmos, ao ler a placa de identificação do museu fico sabendo que se tratavam de primos amantes pecadores de algum lugar do passado. Vou circulando pelas salas iniciais tentando captar algo da observação daquelas obras, ao mesmo tempo em que ouço instruções dadas por uma estagiária do museu a uma turma de pequenos (muito pequenos) visitantes, deviam ter cerca de 5 anos de idade e são orientados pelas simpáticas moças sobre a vida do autor ou da intencionalidade de suas esculturas, dentre as falas escuto repetidas vezes a expressão “Porta do inferno”. Logo em seguida, na segunda sala com diversas versões da escultura “Cristo e Madalena” é que entendo que todas as esculturas fazem parte do processo criativo de Rodin para uma única obra: a tal “Porta do inferno”. A partir de tal descoberta a exposição ganha sentido, percebo nas imagens algum tipo de distorção intencionada, os corpos são aparentemente inacabados ou com algum defeito e/ou ausência clara de identidade,os rostos muitas vezes se escondem e em algumas nota-se mesmo algum tipo de mutilação. Na terceira sala encontro com Paulinha e ela me orienta a observar o movimento das esculturas, algum tipo de captação motora transposta pelo autor para o gesso, esta percepção orientada causa outras viagens na observação. Na sala seguinte me deparo com um corpo enorme de músculos que caminha sem braços nem cabeça... “?” ...e a visita continua no andar superior enquanto discutimos sobre conceitos históricos possivelmente representados pelo artista, algo nos leva a crer que Rodin se interessou por concentrar na porta do inferno imagens representativas do pecado, como uma espécie de alerta aos espect(pec)adores sobre o possível destino de amantes proibidos, de mulheres pecadoras, de corpos excitantemente entrelaçados e sobrepostos, alguns deles parecem fundidos enquanto flutuam em algum lugar da porta do inferno. São muitas e muitas imagens expostas e me pergunto quanto tempo o artista trabalhou nesta espetacular obra de proporções físicas assustadoras para o presente, imagine para o passado...




Na penúltima sala encontra-se “ O pensador”, magnífico em sua plenitude, esta obra é muito conhecida por mim, não lembro exatamente de onde, mas ela faz parte do meu acervo de imagens, é incrível e satisfatória a identificação que se estabelece para mim com o autor naquele momento, afinal Rodin faz parte do meu passado sem que eu soubesse, então reflito sobre os encantamentos e poderes da arte, além da responsabilidade de nós artistas ao compormos nossa obra, o pensador é como se fosse Deus,ou o próprio Rodin, ou eu, ou algum dos meus colegas a debruçar-se sobre nossa composição, a contemplar nossa criação e possíveis comportamentos/movimentos de nossas criaturas...




Para finalizar uma réplica da obra completa, “ A porta do Inferno” parece um portão, em diferentes partes do tal portão encontra-se cada uma das imagens esboçadas durante a exposição, me dirijo à guia do museu, que agora fala para um grupo de alunos de aproximadamente 10 anos de idade, para saber o tamanho da obra original que segundo ela é de aproximadamente 6 metros e encontra-se exposta na França, tento imaginar um artista compondo em gesso algo daquela complexidade e com 6 metros de altura quando a guia me traz de volta a realidade com a frase dita para os alunos: “Gente, este aqui é a porta completa, mas não completa na verdade porque seu autor, Rodin, morreu antes de finalizá-la.” Como assim???Ele morreu sem terminar?Êta classe sofredora essa de artistas, se Rodin com tantos anos de dedicação para sua obra não a viu concluída, não sou eu que em laboratórios de corpo e criação conseguirei concluir a minha, e isto ao mesmo tempo que incomoda, me tranqüiliza.




As últimas considerações sobre o museu são da importância de iniciativas como esta na formação critica do sujeito enquanto observador de arte, certamente os tantos alunos que ali estavam no mesmo dia que nós graduandos de dança, tiveram outras percepções e pensamentos, o que percebo agora como importante, não é a fidelidade das informações geradas pela visita, e sim a provocação que o contato com a arte pode gerar nas cabecinhas que a contemplam.




Precisamos borbulhar na formação de educandos, e de toda a sociedade, (o interesse por) e as possíveis e incríveis descobertas geradas pelo encontro com a arte nas suas diferentes formas de (re-)(a)presentação.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Visitação de muros – por Tarso Reis.




Visitação de muros – por Tarso Reis.





Proponente: Léo França.





- Interesses prévios apontados pelo proponente: intervenções artísticas em espaço público urbano; erotismo e violência (entendida como perturbação/desestabilização)



Atividades:



- Passagens por ruas com observação de muros e fachadas em 2 bairros próximos e de contextos distintos (Nordeste de Amaralina e Pituba);



Percepções: Fachadas muito personalizadas e “vivas” em Amaralina, já onde paramos o carro um enorme muro branco com árvores dentro e portão de metal (leveza do branco, natureza das árvores e rigidez do ferro) me fazem pensar que se trata de um terreiro de candomblé, fato não confirmado por Léo que já morou no bairro; em seguida um prédio de três ou quatro andares todo pintado de verde e amarelo (talvez pela proximidade passada da copa), (hoje de manhã pude ver que na verdade são 2 prédios, um verde e amarelo e outro amarelo e verde) mas não se trata de uma pintura tosca, eu arriscaria dizer que se trata de tinta envernizada, daquelas que brilham levemente á luz, as portas são de madeira e as grades existem apenas nos andares superiores com função de parapeitos, detalhe para a carranca colorida na entrada de um dos prédios; logo em frente o curioso prédio da Capoeira de Jesus, também com pintura caprichada e detalhes de flores na placa, enfim, as ruas e casas do Nordeste de Amaralina também se preocupam com segurança, algumas das casas têm grades e muros, porém estes dialogam poeticamente com casas de portas e janelas abertas e pessoas e crianças que conversam do lado de fora; Os metais e vidros colocados em topos de pequenos muros, ora têm formatos curiosos que lembram os naipes de um baralho feitos de metal, ora são coloridos como se mil coloridas garrafas tivessem sido utilizadas na concepção deste item curioso de segurança; Atenção especial apontada por Léo: em uma das ruas do Nordeste, uma casa com portão de ferro “guarda” sua chave pendurada no topo do portão, deixando o observador perturbado sobre a real função destes objetos ali expostos em conjunto.



Na observação de muros da Pituba, a primeira diferença com o momento anterior se dá na forma como fazemos o percurso (de carro ou moto), as ruas são muito largas e as casas acompanham esta lógica, um único muro destas ruas seria capaz de circundar 10 ou mais casas do Nordeste de Amaralina. Outro fato que me chama a atenção é a altura dos muros, que muitas vezes escondem completamente qualquer percepção do que estaria por trás deles, ou em outros de uma rua com casas no alto, guardam apenas a porta de entrada, deixando as residências no nível superior totalmente à mostra. A harmonização poética percebida na visita anterior é substituída pela intenção publicitária de alguns muros da Pituba, em um deles de aproximadamente 5 metros lê-se a propaganda sobre os poderosos serviços da cartomante Dandara, seria a Baldez? Rs... As representações de poder nestas ruas são muito claras, podem ser percebidas no material dos muros, portas e grades, que sugerem sutilmente o poder aquisitivo dos moradores destas residências.



No momento final estacionamos o carro numa bela e enorme praça (fim de linha da Pituba), lá pessoas correm ou fazem exercícios em equipamentos instalados por órgãos públicos, a praça certamente tem serviços de manutenção e jardinagem, pois nos sentamos em uma fresca e limpa sombra de árvore, não me lembro de nenhuma representação do poder público tão agradável como esta em Amralina, e me pergunto se estes opostos não são os mais fortes contribuintes para a alimentação do que está sendo observado : A violência. ?



As observações apontadas na roda permeiam este tema, compartilhamentos pessoais de vivências ligadas à violência e as possíveis influências destas na vida e comportamento do sujeito, inclusive interferindo na modificação do meio que este vive, com instalação de muros, câmeras e adoção do hábito de andar com sprays ou objetos que fortaleçam as capacidades cinestésicas de segurança.



Desdobramentos:



Postagem no blog sobre percepções e experiências;



Seleção de objetos ou itens que nos representem segurança para compartilhamento em sala de aula e confecção de um print screen (aqui sugerido como mural ou obra de arte?).



quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Vai assim mesmo....

Seguro aonde?, aqui na rua? Onde todos são desconhecidos, onde passo todo dia, onde tem muita gente...Na minha casa? Se quebram um vidro e entram na minha ausência. O que é isso chamado de segurança, a afronta aos nossos medos?. Nos muros, a materialização das nossas fronteiras, só passa quem for autorizado, pra quem tá de fora: arame farpado(daqueles de trinchera mesmo). Outros muros que não se materializam no concreto, mas existem em acordos que estabelecemos limítrofes uns com os outros: até aqui você chega.O seu vizinho é seu amigo?. Muros nos constroem e nós construímos os muros. Os invasores, a ameaça no território próprio.

Alguns dispositivos de segurança se disfarçam com peças que podem ser decorativas, uma preocupação “estética” pro deleite de se sentir “seguro” entre 4 paredes, contra as ameaças.

Que outras ameaças? Doenças, que muros? vacinas? Cuidados? E os medos continuam...novas doenças.

Enfim, se proteja! Use KY, lubrifique! Use camisinha!, látex com cheiro de uva.
Sachê de KY 3R$ + Camisinha de uva 1.60 R$ = 4,60, a vista.

Thulio Guzman



domingo, 23 de maio de 2010

Eu vou, vocês VÃOS (Içara)

Entrada, corredor. Vão cheio, dribla um, dribla dois. Cores fortes.
Casas de departamento, balcões de empréstimos.
Escada rolante. Sobe.

Caminhos, corredores. Vãos mais largos. Sem driblar, uma volta pelo lugar. Cores fortes e fracas. Lojas de roupas, quiosques de eletrônicos.
Escada rolante. Sobe

Direções, corredores. Vão diversos. Espaço suficiente para uma dança. Danças. Cores neutras. Cores fortes. Cores fracas. Cores tentadoras. Lojas, Grifes, Marcas.
Escadas rolantes. A saída é pelo estacionamento. Para.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Visita ao Shopping Iguatemi

Visita ao Shopping Iguatemi
Enquanto iaos subindo, iamos observando a diferença de classes entre o primeiro, segundo e terceiro piso do shopping sendo que são bem visíveis na sua estruturação de lojas e atrativos em geral, assim como, nos corpos ali presentes. A diferença também entre os banheiros do primeiro, segundo e terceiro piso era de se chocar, os banheiros do primeiro piso tinha odores fortes, os banheiros da praça de alimentação eram um pouco melhores mas mesmo assim nem se compavam aos da praça do terceiro piso, limpos, iluminados, com torneiras e secadores de última geração, cheirosos e sem filas.
O horário ao qual fomos ao shooping não era de grande fluxo porém pude observa que: enquanto iamos subindo o fluxo de pessoas ia diminuindo e que o ambiente vai se tornando cada vez mais agradavél quanto a sonoridade.

Fiquei a observar e me deixou bastante intrigada, porque será que as classes sociais as vezes não se cruzam dentro daquela ambiente? Será mesmo pela relação do espaço?

Cláudia Andrade

Iguatemi (Ed)

Diferentemente das minhas visitas anteriores ao shopping Iguatemi, meu foco agora era investigar os indivíduos,aquele espaço e suas problematizações, no I piso percebi de imediato um deslocamento apressado e contínuo dos transeuntes,que em sua maioria são das classes populares,onde se esbarravam entre si, ainda sim sem perder o foco e o objetivo, era como se estivessem em busca de algo o tempo todo.
As lojas predominantes são as lojas de departamento onde se encontra de tudo e em grandes quantidades,as roupas são fiéis a moda mas são sempre réplicas e vendidas quase sempre em seus próprios cartões e carnês e divididos em até 12 o mais veses,A Limpeza de um moo geral existe mas não são bem monitoradas, assim como a orgaização das sua instalações sanitárias, estão sempre deixando a desejar.
Subindo para o II piso, percebi que o fluxo aumentou e o caos também, más ao mesmo tempo percebi que ali havia um misto de caos com ordem, onde tudo acontecia, a organização era melhor porém menos perceptível,assim como a limpeza, pois tudo era muito visceral naquele ambiente.
os transeuntes eram de todas as classes sociais e se confundiam no vai e vem, olhares que se cruzavam, se reconheciam, se descruzavam e se perdiam, os vendendores nas portas de suas respectivas lojas num flerte com seus supostos clientes em um jogo de sedução, carisma e interesse, e uma total flexibilidade das partes.
Esses corpos eram mais descomprometidos e mais espontãneos, iam e vinham, horas rápidamente, horas lentamente e assim estabelenciam aquelas relações, relações estas que se construiam e instataneamente se desconstruiam e seguiam seus fluxos.
Já no III piso me perguntei imediatamente, estou no mesmo shopping ?? rs... pois tudo era tão diferente, a iluminação, as lojas,a decoração, as pessoas enfim... os logistas sempre muito bem arrumados, e discretos em suas abordagens, que sempre eram dentro de suas lojas, nunca fora,os transeuntes mais calmos, e sempre com um olhar superior, a limpeza e organização principamente nos banheiros sempre impecáveis... enfim.
O que permanece pra mim, é aquela velha história de que vivemos num capitalismo selvagem, onde impera a hierarquia e um apartheid social, mesmo que maquiados e atrás das máscaras dos falsos moralistas e, as estúpidas retóricas dos seus pseudos ativistas !!!

Esta é a ordem natural das coisas no mundo ???


Galera eu tbm n acertei lançar no BLOG não... huahuahuhau HELP !!!

sábado, 8 de maio de 2010

Iguatemi (1975)


3 pisos

532 lojas

2 praças de alimentação

12 salas de cinema

22 mil vagas rotativas de estacionamento

Segundo o próprio site do iguatemi 100 mil pessoas passam por suas ruas e alamedas em dia de semana e 120 mil nos finais de semana.Como duvidar?Quem passa pelo shopping Iguatemi no sabadão sabe o "inferno" que ele se transforma...Bem diferente do que precensiamos (devido a escolha do horário 9h da manhã)na nossa visita,um shopping vazio, tranquilo,dava até pra circular sem se bater em nínguem.Essa tranquilidade matutina do Iguatemi possibilitou identificar alguma peculiaridades que vem sendo percebidas no decorrer dos anos.As lojas ,claro mais precisamente a "Alameda das Griffes" vem investindo pesado no design de suas lojas



Sem dúvida os compradores dessa ala não tem a menor idéia da existência do banheiro do primeiro piso que foi esquecido na reformas que foram realizadas (em especial a praça de alimentação) . As lojas que por lá se instalam Marisa,C&A,Americanas,Insinuante lojas do povão!Que por sinal na minha opinião não deixaram de optar pelo velho Iguatemi apesar do novo Salvador Shopping e do Paralela.


quinta-feira, 6 de maio de 2010

Hierarquias sanitárias do Iguatemi


1° andar

Aqui está fedendo(segunda latrina)

estranho entrar e sair de cada latrina com um papel e caneta na mão - a postura de pesquisa - decidi "disfarçar"

por que todos os homens antes mesmo de chegar no miquitorio ja vão abrindo o zipper? hsuhsuhss

frases latrinarias:

Dé o c* ao seu pai desgraça

Quero c* eu sou ativo

Preço a combinar

Aqui chupei uma pic* gostosa, grande e preta

Jesus é viado



* -> será necessario este * , enfim....

Os banheiros próximos as praças de alimentação são os que chamam mais atenção, amplos, limpos, e sem chances de grafitagem....portas de vidro nas latrinas, resta saber qual a intenção de uma porta de vidro ofuscada na latrina, deixar que vejam sua sombra abaixando as calças ou mesmo impossibilitar a escrita de frases latrinárias. (por ser o lugar mais próximo das áreas Familiares)

queria ter conversado com algum responsavel sobre a limpeza p saber se existe mesmo essa diferenciação na atenção ao trato dos banheiros

2° andar

Mais sofisticados e cheirosos, intitulei de banheiro EXECUTIVO, eu era o único sem camisa e gravata rsrsrsrs....

Muda o material do que o banheiro é feito, porém sem escritas.


O sabão para lavar as mãos e o papel higiênico são os mesmos ....

Alguem me responde o que é que uma capela quer num shopping???? as pessoas após gastar todo seu dinheiro pecando no consumismo vão e pedem desculpas? mais dinheiro? que beterrabas!

...........




segunda-feira, 3 de maio de 2010

Shopping Iguatemi

1º Piso notamos muita coisa diferente do que ja conheciamos dos outros pisos. A maneira que vamos subindo vamos vendo que o nivel vai melhorando, desde os banheiros ate a sonoridade do lugar. No 1º piso observei o banheiro e vi que é muito simples, desinfetante mal cheiroso, pessoas mais simples usando o banheiro. Fomos subindo e notando uma melhora nos banheiros, nas pessoas que os frequentavam e cada vez melhorando o nivel de pessoas na medida que subimos os andares, das lojas, ate o cheiro do 3º piso que parecia um perfume importado, o silêncio do lugar, pessoas bem vestidas. Descobrimos também uma capela detro do shopping onde idosas frenquentam muito e acho que também pra as pessoas que ja gastou tudo que tinha pra se confessar e pedir ajuda pra pagar as dividas...rsrs


Helen Cajado

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Sobre a palavra design

"Em inglês, a palavra design funciona como substantivo e também como verbo (circunstância que caracteriza muito bem o espírito da língua inglesa). Como substantivo significa entre outras coisas "propósito", "plano", "intenção", "meta", "esquema maligno", "conspiração", "forma", "estrutura básica" e todos esses e outros significados estão relacionados a "astúcia" e a "fraude". Na situação de verbo - to design - significa entre outras coisas, "tramar algo", "simular", "projetar", "esquematizar", "configurar", "proceder de modo estratégico". A palavra é de origem latina e contém em si o termo signum, que significa o mesmo que a palavra alemã Zeichen ("signo","desenho"). E tanto signum como Zeichen tem origem comum. Etimologicamente a palavra design significa algo assim como de-signar (entzeichnen)." pg181

"A palavra design ocorre em um contexto de astúcias e fraudes. O designer é portanto um conspirador malicioso que se dedica a engendrar armadilhas. Outros termos também bastantes significativos aparecem nesse contexto, como, por exemplo, as palavras "mecânica" e "máquina". Em grego, mechos designa um mecanismo que tem por objetivo enganar, , uma armadilha, e o cavalo de Tróia é um exemplo disso. Ulisses é chamdo de polymechanikos, o que traduzíamos no colégio como "o astucioso" (der Listenreiche). A própia palavra mechos tem sua origem na raiz "magh-", que podemos reconhecer nas palvras alemãs Macht e mogen. Uma máquina, portanto, é um dispositivo de enganação, como por exemplo a alavanca, que engana a gravidade, e a "mecânica", por sua vez é uma estratégia que disfarça os corpos pesados."pg182
Trechos do texto "sobre a palavra design" do livro O mundo codificado de Vilém Flusser, editora Cosacnaify.
Questões a partir do texto de Flusser:
O muro e seus aparatos complementares (ferros, vidros e cercas elétricas) , se pensados enquanto design, seriam dispositivos de enganação, pois disfarçam um idéia de segurança e proteção para quem está atrás deles?
Em defesa da propriedade privada, a sociedade naturalizou o uso de determinados designs como ferro, vidros e cercas elétricas que tem sua eficiência em ferir e debilitar a integridade física ou, em alguns casos, matar quem ousar atravessar a fronteira imposta pelo muro.
Leo França

domingo, 18 de abril de 2010

São Joaquim, pai da Virgem Maria (Içara)

O cheiro, ora fétido, outrora mais incômodo ainda, invade as narinas logo na chegada. Direita, esquerda. Esquerda, direita. Os passos dos transeuntes, de um lado a outro, seguem em direções tão confusas quanto a organização do local.

Aproximadamente 60 mil metros quadrados de corredores, ruas e ruelas recebem todo o tipo de gente. Na Feira de São Joaquim, não há censura, não há limite. Comércio, mercado, bar, boteco, moradia e berço das bugingangas. Acolhe pai, acolhe filho. Acolhe os meninos. Não à toa, é herdeira da chamada Água de Meninos, feira livre, tão livre, que ecoou pelos quatro cantos do mundo - na voz de Gilberto Gil (Água de Meninos - Capinam e Gilberto Gil) - depois de incendiar, em 1964.

O cheiro altera, torna-se fresco. Folhas colhidas. Concedo licença, peço passagem. Estica o braço, acena, pisa no pé de alguém. Perdão. A rotina é intensa e não há tempo para escutar as desculpas. Direita, esquerda. Os passos seguem...

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Boneca Padilha


Boneca Padilha a estrangeira/local. A imagem sensação que me acompanhava durante os trajetos realizados na feira. Totalmente deslocado, estrangeiro ao lugar e ao mesmo tempo mais baiano do que nunca, no "coração da bahia".
Leo França

Gelo



Feira de São Joaquim lugar/tempo do design intencional e não intecional. Design sempre vivo das trocas, vendas, mudanças e trabalhos constantes. Design do Devir. Os objetos/órgãos desse corpo feira de São Joaquim se organizam de um modo sempre móvel. Aqui ainda existe a idéia de organismo, de uma organização, mas talvez seja uma organização em transformação.
Leo França

Carne Cooper


Segue aqui um fotografismo das carnes da feira de São Joaquim em diálogo com a senhora fazendo cooper no Largo da Graça. Estou chamando de fotografismo o processo de editar diferentes grafias da cidade. Nesse processo de edição outros nexos de sentido são construídos na relação dialógica com a cidade.
Leo França

Feira de S.Joaquim - Tarso

Primeira vez na Feira de S.Joaquim, um ambiente diferente, mas não tanto para mim que costumo frequentar feiras e ambientes populares da nossa capital baiana.
Já na entrada duas coisas chamam atenção: o odor, característico de alimentos em estado não muito confiáveis; e a atenção que nosso grupo desperta nas pessoas do ambiente, não que este estado de atenção me surpreenda,mas é perceptivo que nosso papel de observador é rapidamente percebido ao mesmo tempo que flutuamos entre o estado de observador e objeto observado.
Nesta circustância podemos constatar a real interação entre corpo e ambiente, a feira de joaquim com certeza sobrevive sem a nossa presença, mas é muito notável a mudança que causamos enquanto circulamos pelos corredores, e a forma como nosso corpo e atitude também muda para estar presente neste ambiente. As lindas colegas são como luzes numa escuridão, onde passamos elas iluminam os corpos dispostos ao trabalho e (porque não) aos prazeres, falando em prazer curioso como os ítens mais anunciados logo na entrada, são justamente remédios para potência sexual masculina, e tem diversas marcas, todas vendidas de forma ilegal.
Ora ora, mistura de cheiros,gostos e temperos, gente bonita e corpos a mostra, POTÊNCIA, corpo x ambiente, obsevador/objeto observado, isso me lembra algo : BAHIA.
Bahia me lembra algo, cultura, cultura me lembra povo, e a feira me lembra PAGODE.

Aliás este é o fundo musical de todos os corredores, o que também não é surpresa, afinal estamos num ambiente popular soteropolitano, popular no sentido mais "popular" da palavra, diferenças na organização de um shopping por exemplo são poucas (ambos tem corredores,gente,vitrines e interação), a particularidade da feira de são joaquim está justamente no fato de ser algo enraizadamente baiano (africano?) onde as relações acontecem de forma menos discreta, e as regras obedecem a acordos próprios, é um ambiente de "permissividade", onde as diferenças são percebidas e sempre que possível agregadas ao ambiente, prova disso é que os objetos/observadores após meia hora no local sentam-se para degustar uma cerveja e parece que estamos ali há dias, somos rapidamente absorvidos pelo local, tornando-nos parte do grande corpo afro-baiano chamado "Feira de São Joaquim".

Tarso Reis.

sábado, 10 de abril de 2010

Feira São Joaquim (claudinha)

Galinha, manga, banana, tempero, alface, aimpim, amendoim, panela, porco, ovo, laranja, pilha, calcinha, incenso, coca-cola, linguiça, cerveja, cigarro de palha, receita de magia para o dinheiro, para o amor, receita de magia para o mau olhado, receita de magia para tudo aquilo que você ainda nem imagina...assim estamos na Feira de São Joaquim!
Ao chegar você epnsa estar num labirinto. Chegamos, entramos em um corredor cheiro de gente e coisas penduradas. gente gritando, gente lhe abordando, gente conversando. Cachorro pelo meio da feira e eu pensando: será a vida na feira ou a feira na vida?
Nos deparamos com todas as especiarias da culinária brasileira ao vivo e a cores: frutas mais que exóticas,artesanais feitos a barro e a mão, ervas para curar as dores do corpoe da alma, etc. Tudo isso mistuado em odores fortes, suor e gritaria. Cada lugar do labirinto tinha um odor diferente. Era um ambiente pitoresco.
A Feira de São Joaquim é unidade completa que consegue ser palco, espectador e ator ao mesmo tempo, no conflito diário da movimentação das pessoas e no burburinho de cada oferta. Ela traduz perfeitamente a diversidade das relações humanas.

Cláudia Andrade

A Feira de São Joaquim (Thulio)

BEEP BEEP BlablaBEEEEEEP! BlablbalblablaBEEP!blbalablablabalbalabla

ATENÇÃO comprador!comprado!comprador! pílulas in-FALI-veis jdfbçjgfbçsfbçgasbfbçagbiuabojcbveugbviva (ruído) – me dá a patinha me dá! (música incidental) e a pergunta: A quanto tempo as panelas esperam ai enfileiradas o momento de serem compradas? E quanto é? para VC um preço para ELA outro! Venha ver sem compromisso: abre caminho, amansa corno, desejo, amor, dinheiro, trabalho e tudo o que vc quiser!

Olhares inquisidores como se algo dentro fossem ver, dentro? Porra nenhuma! Vendo o de Foooora nas carcaças! De braços grandes fortemente cruzados ele limpando o suor da testa olha para 1 bunda e morde os lábios: GOSTOSA! DELICIA! – Altofalantes: ATENÇÃO! BUNDA GOSTOSA NO CORREDOR 4 ! sim sim corredores de gente, de coisas, fluxando como se OOOOPAAAA!!!!.LICENÇA! olha o peso!!!...olha o peso! Olha o peso!!!!, me afasto

Quais eus são os de lá?

p.s.: Muito cuidado na aplicabilidade de pembas...



THULIO Guzzzzzman

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Feira de São joaquim

Tópicos sobre meu olhar na feira:
- Contato constante com outros corpos;
- Muita gente num mesmo espaço;
- Discurso para vender o produto; lábia;
- Negociação de preço;
- Olhar das pessoas da feira em nós (parecemos de outro mundo);
- Moradia no meio da feira;
- Preconceitos por ser brancos e está anotando algo, comentários sobre profissão e cor da pele;
- Sujeira e alimentos juntos;

Helen Cajado

Lab do Corpo I Palestra:Utopia

No dia 26/03 ocorreu uma palestra na Reitoria da Ufba que teve ínicio mais ou menos 10:20 da manhã ,a palestra que lotou a reitoria destrinchou de todas as formas a palavra utopia desde sua origem passando pelo livro de Tomas More que deu origem ao conceito e ao termo da palavra.Utopia para Tomas More seria possível numa sociedade completamente nova ,que estabelece a propriedade comum dos bens ,uma sociedade perfeita em sua organização e completamente equitativa na distribuição dos recursos escassos.A palestrante ressalta o séc XIX a utopia como um projeto político , a passagem do socialismo utópico pelo cientifico .E a própria diferença entre utopia e distopia.Utopia buscando uma sociedade justa,abundante e feliz e distopia com base no realismo,cetismo,individualismo num mundo maléfico e infeliz.
*Ilza Carin

Relato: Feira de São Joaquim

No dia 19 de março de 2010 às 09:30min iniciamos nossa visita a Feira de São Joaquim,ressaltando que essa foi a primeira vez que fiz a visita.Habitualmente e mais precisamente devido ao horário que chegamos o movimento de corpos na feira era de total agitação.O frenesi,o burburinho é constante, já faz parte do cotidiano daquele local.Lugar onde tudo se vende desde frutas, carnes,bolças, até soluções para amansar corno.O corpo das pessoas que trabalham num ambiente como este está sempre alerta a tudo e a todos.Movimentos para carregar,pra descarregar,o cuidado para arrumar suas mercadorias ou para simplismente transitar pelo local.Transitando pelo local é preciso estar sempre atento corporalmente para os movimentos dos feirantes.Ao passar pela feira vamos escutando sempre "tô passandooo"e você obviamente tem que se mexer pra sair da frente,se apertar para transitar pelos caminhos que parecem com um labirinto sendo necessário saber se mover,estar atento para as direções que seu corpo vai tomar.

*Ilza Carin

domingo, 29 de novembro de 2009

Lab de Corpo II - Relatório dos Relatórios IV (Pagode) - Sol

Relato da última proposta do Laboratório do Corpo II para a observação da relação entre ambientes e suas corporalidades. A idéia era que o grupo se reunisse em um ensaio de pagode que acontece no píer do bairro da Ribeira. O Encontro ocorreu no dia 24 de outubro de 2009, às 22 horas. Com o imprevisto da SUCOM (Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo do Município) ter apreendido o som naquela noite, o evento não pode acontecer. O que não impediu as pessoas continuarem no local dançando ao som do pagode que vinha dos automóveis. Foi possível notar que havia uma tentativa de padronização das vestimentas, as mulheres com shorts curtos, blusas coloridas, e os homens bermudas e camisetas. Nas danças, tanto as mulheres como os homens pareciam disputar a atenção um dos outros.

O colega Tiago sugeriu que o grupo se deslocasse para outro estabelecimento próximo para a realização do estudo. Dessa forma, todos seguiram para uma casa de show no bairro do Uruguai chamada Paty Miusic, onde também acontecia um pagode. O objetivo foi investigar a relação entre a corporeidade presente naquele espaço com as suas formas de configurações, além de seus propósitos políticos ideológicos reverberados naqueles corpos dançantes.

O espaço era mais vazio, limpo e fresco, composto por pessoas diversas, contudo, parecidas na forma de vestir e no intuito da paquera, o que com o passar do tempo se tornava cada vez mais nítido. A banda tocava num palco mais alto, com músicas que provocavam um fervor sexual constante, reafirmada pela dança realizada por todos, reforçando sempre uma condição heterossexual cantada por homens, em que as letras em sua maioria subjugavam as mulheres, que eram colocadas para dançar com roupas curtíssimas.
Assim, foi possível analisar como através de organizações corporais formas de pensamentos ideológicos são disseminados, atentando para a estratégia de organização de suas letras que exageram no uso dos verbos de ação, percebendo que há ainda no pagode a necessidade do corpo se subordinar ao discurso sexista elaborado nas composições dessas músicas.

Relatorio do Pagode - Por Natalia Mattos

Visita realizada dia 23/10/2009 com encontro previsto na Escola de Dança da UFBA, logo após o espetáculo Mobius do Grupo de Dança Contemporânea. Saímos de lá com destino ao Píer da Ribeira divididos em dois carros.

Chegamos ao local destinado aproximadamente 22:30h. Na frente do Píer alguns carros com o porta malas abertos, em cada carro um som de banda diferente, todos tocavam pagode. O que mais me chamou atenção foi um carro que estava do outro lado da rua, porem mais próximo de nós, nele tocava a banda “A Bronca” um dos mais novos sucessos do pagode baiano.
Minutos depois ficamos sabendo que a SUCON tinha cancelado o Show do “Troco” que seria no Píer da Ribeira. Foi quando Thiago sugeriu que fossemos para o Paty Music, localizado no bairro de Roma, numa transversal do Caminho de Areia. Local aparentemente tranqüilo na mesma rua Escolas, funerárias, igrejas, “hoteis” e casas residenciais.
Para entrar no Paty Music tinha que comprar o ingresso no valor de 10 reais, depois passar pela vistoria. Entrei no local um pouco desconfiada, observando tudo e todos a minha volta, ou seja, vi um ambiente consideravelmente arrumado porem freqüentados por pessoas feias, logo resolvi beber para entrar no clima. Estava tocando uma banda de Partido alto, cujo o nome não lembro, mas em poucos minutos já me sentia em casa.

Pós a Banda de Partido, começava o show de Lu Costa, ex vocalista da banda Nossa Juventude. Sinceramente não vi muita baixaria na forma de dançar das pessoas ali presente, exceto duas garotas que chegavam a joelhar se no chão molhado, com as pernas abertas o que dava um caráter extremamente sensual ou baixo astral a depender de quem ver.

Contudo, se eu fizer uma análise qualitativa do que se refere o "pagode" tenho que concordar e admitir que o pagode baiano tem como ênfase o erotismo e as letras de duplo sentido, que sugerem ato sexual. Porem saliento que é preciso perceber que essa são novas tendências que a musica popular brasileira aborda faz parte de uma nova geração, além disso, quando as letras trazem temas polêmicos sociais, ou para muitos letras de “baixo nível”, não se perde a alegria de dançar e rebolar, coisas que o baiano adora, e segue forme e forte a cada ano em novas experimentações, não deixando que críticos “ marrentos” derrubem essa cultura popular. Cultura popular a qual faço parte e deixo questões como: O que os críticos querem? Musica clássica de sempre? O que a Bahia viva o tempo todo sob o som de Dorival?
Nada contra a Dorival, mas acredito numa Bahia multifacetada e com uma cultura riquíssima.

Lab de Corpo II - Relatório dos Relatórios IV (Pagode) - Karina

Luna, Isaura e Camila mencionam o local onde inicialmente seria a visita, no fim de linha da Ribeira, onde a festa havia sido suspensa porque a SUCOM havia recolhido o som. Elas observam que, mesmo assim, as pessoas estavam festejando ao som dos carros com porta malas abertos. Camila e Luna comentaram sobre os shorts curtos das mulheres e fizeram cometários discordantes sobre a dança dos homens, Luna disse que dançavam menos e Camila que dançavam mais que as mulheres.

Já os relatórios de Thiago e Jorge tratam diretamente do ocorrido no segundo local de visitação, a casa de show “Paty Music”, que Thiago afirma ser no bairro de Roma e Isaura no bairro do Uruguai. Sobre esse espaço, Luna e Camila dizem ser climatizado e limpo. Luna diz ainda, em concordância com Isaura, que é espaçoso. Isaura e Camila afirmaram que o espaço era tranqüilo, sem brigas, sem desrespeito e sem muitas manifestações de vulgaridade. Ambas também fizeram observações sobre duas garotas com roupas muito curtas que dançavam em frente ao palco de forma alterada, simulando o ato sexual, estimuladas pelas letras das músicas.

Sobre essa questão do estímulo dado pelas letras das músicas, Thiago ressalta que tem a impressão de que os corpos têm a função de antecipar a narrativa e diz que isso remete a uma volta aos paradigmas já quebrados na pós modernidade, de que dança e música são indissociáveis. Ainda sobre as músicas, Thiago, Luna e Isaura ressaltam o discurso machista/sexista das letras de pagode. Isaura faz uma comparação com o funk do Rio afirmando que, nas letras do funk, as mulheres, ainda que vulgarizadas, tem mais autonomia na conquista, já no pagode, a iniciativa é sempre dos homens e as mulheres são passivas, subjugadas ou, como ressalta Luna, dominadas pelos homens. Luna trata ainda do que considera um contraponto ao discurso machista. Em detrimento dele, os homens requebravam e faziam movimentos que remetiam ao ato sexual, muito próximos uns dos outros. O ambiente de paquera e fervor sexual incitado pelas letras das músicas foi comentado por Isaura e Jorge. Este ainda acrescenta a bebida como fator de incitação.

Thiago ressaltou o objetivo de observar as configurações dos corpos em sua relação com o contexto e as questões político/ideológicas que reverberam nesses corpos, o que vai além de simplesmente observar os códigos da dança propriamente dita. Ele observa ainda as diferentes corporeidades referentes a diferentes tipos de pagode. Quando tocou o partido alto, estilo mais próprio do sudeste, com letras que falam de amor, a movimentação das pessoas era mais fluida, sem muita variação no movimento dos quadris, já quando tocou o pagode mais local, os movimentos eram mais intensos, cortados, explosivos, enfatizando o discurso mais agressivo. Thiago trata ainda da imagem estereotipada projetada pelo Brasil do povo de Salvador como “povo que dança” e faz uma comparação da projeção da imagem do pagode de Carla Perez na década de 90 e da profª. Jackeline hoje, fazendo uma analogia com as figuras de linguagem. A primeira seria metáfora e ambigüidade, as letras eram mais suaves e insinuavam as questões relacionadas ao sexo utilizando duplo sentido. A segunda seria a hipérbole sexual das letras escrachadas onde se fala abertamente sobre os órgãos e o ato sexual. Ele conclui enfatizando a importância dessa visita para um conhecimento mais aprofundado de uma manifestação que, saindo do lugar de subcultura, tem se firmado como cultura de massa da nossa cidade, embora ainda seja barrada em espaços mais elitizados.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Lab de Corpo II - Relatório IV (Pagode) - Camila

Para a visitação ao ensaio de Pagode localizado no bairro da Ribeira tivemos o auxilio da professora Adriana e de seu marido que gentilmente nos levaram de carona, o que facilitou a ida de muitos de nós, e nos garantiu maior segurança, pois chegamos todos juntos e assim permanecemos até a volta.

Chegando ao Píer, local destinado ao evento, ficamos sabendo que este não aconteceria, pois a SUCOM havia apreendido o som. As pessoas continuaram a festejar na rua, onde automóveis com aparelhos de som potentes animavam ao ritmo de pagode. As mulheres se vestiam de forma muito parecida, com shorts curtos, blusas coloridas e acessórios muito brilhantes e chamativos, elas parecem disputar a atenção dos outros. Os homens em sua grande maioria vestiam bermudas e camisetas e dançavam muito, muitas vezes mais do que as mulheres.

Decidimos então ir a outro lugar, uma casa de shows fechada e climatizada chamada “Paty Music”. Lá muitas pessoas se divertiam na porta bebendo e dançando, muitos não chegam a entrar, apenas ficam na porta curtindo o movimento que o local causa.

Ao entrar nos deparamos com um local bastante vazio, limpo e fresco. A banda tocava num palco mais alto, e de frente para ele duas garotas dançavam de forma alterada com roupas muito curtas. Não ocorriam brigas ou demonstrações de falta de respeito lá dentro. Mesmo nós estando claramente deslocados e estranhos ao ambiente as pessoas não se mostraram arredias a nossa presença.

Com o decorrer da noite o ambiente foi ficando cada vez mais cheio, e pudemos observar a presença de pessoas de diferentes classes sociais, e opções sexuais, inclusive alguns travestis. A banda convidou artistas conhecidos do cenário baiano como o antigo vocalista da banda “È o tcham” Beto Jamaica, e o público demonstrou gostar bastante, pois passou a dançar mais do que antes. As pessoas dançaram, beberam, paqueraram e curtiram a festa de forma pacífica até o momento em que fomos embora. Apenas algumas manifestações de dança mais vulgar poderiam ser destacadas.

Lab de Corpo II - Relatório III (Iguatemi) - Camila

Para a visitação ao shopping Iguatemi nós nos separamos em grupos, e decidimos anteriormente os pontos centrais de observação, que seriam basicamente as diferenças entre os andares distintos, tanto em relação ao espaço físico de uma forma geral (banheiros, disposição das lojas, fachadas, iluminação, piso, etc.), como em relação às pessoas que circundam e a disposição corporal destas.

Saí para a observação com Sol, Luna e Karina, e pudemos notar que no térreo são utilizados materiais de menor qualidade no piso e nas paredes. Os banheiros são pequenos e abafados, e as lojas são predominantemente de departamentos, e de produtos mais populares. A praça de alimentação estava bastante cheia e barulhenta. Nesse pavimento predominam as pessoas que utilizam o setor de serviços, pois é ali que se localizam os bancos, farmácias, loterias, copiadoras etc. Essas pessoas estão geralmente apressadas e focadas em resolver seu problema em questão.

No andar intermediário os sanitários são de melhor qualidade, e as lojas maiores e mais atrativas esteticamente, os indivíduos que circulavam pareciam na grande maioria conhecer o ambiente e se deslocavam com facilidade já que não ocorrem grandes aglomerações como no térreo. Não existem bancos, apenas cabines de auto-atendimento, mas existem farmácias que geralmente não estão muito cheias.

No terceiro piso estão localizados os equipamentos de lazer como cinemas, parque de diversões e alguns restaurantes mais caros, as pessoas passeiam e consomem nas lojas de produtos mais sofisticados, a praça de alimentação é mais iluminada, muito mais agradável do que a do térreo, e estava muito mais vazia e silenciosa. Os banheiros se assemelham aos do segundo andar, mas são maiores e melhores iluminados, existe geralmente uma ante-sala para espera com pufs e espelhos.

As grandes lojas de departamento atingem os três andares, integrando de certa forma o público, que muitas vezes só atinge os outros pavimentos por dentro delas. Até mesmo dentro de lojas como C&A e Riachuelo podemos notar que o publico diverge de acordo com os andares.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Lab de Corpo II - Relatório IV (Pagode) - Luna

Chegamos ao local programado, no fim de linha da Ribeira, e recebemos a notícia que a festa tinha sido cancelada, pois a SUCON havia recolhido o equipamento de som. Isso não impedia as pessoas de chegarem à porta da casa de show, abrir a porta do carro e dança ao som estridente das caixas de som dos carros. Dançavam no meio da rua, parecia que as mulheres disputavam quem tinha o short mais curto ou quem requebrava mais ao som do pagode, os homens dançavam menos.

Já na boate que entramos como segunda opção para a noite, era um ambiente com ar-condicionado, espaçoso e limpo, comparado ao primeiro local. O que mais me impressionou foi a quantidade de homens na boate, que dançavam pagode, rebolavam ou requebravam muito próximos uns dos outros.

As letras das músicas que tocaram aquela noite traziam o homem como dominador do corpo da mulher, com conteúdo machista. Mesmo destacando todo esse machismo, os homens dançavam, sem preocupação, fazendo movimentos basculares remetendo ao sexo, muito próximos um do outro.

Lab de Corpo II - Relatório III (Iguatemil) - Luna

A terceira visita à campo da turma foi ao Shopping Iguatemi. O foco da observação era comparar a diferente organização que cada andar do shopping apresentava.

Nos dividimos em dois grupos para realizar esse “passeio”. O primeiro piso tem acesso direto à rua, ou seja, está diretamente ligada à população que trafega de ônibus, em sua maioria, o povão. Ele também é composto por lojas de departamento, com preços acessíveis, bancos e dá acesso ao SAC. Os corredores são bastante tumultuados por indivíduos que acessam o shopping para resolver assuntos burocráticos.

No terceiro piso se encontram as lojas de grife, ou seja, na maioria dos corredores trafegam pessoas que possivelmente consomem aqueles produtos, com maior nível social. Os corredores trazem a ilusão de serem mais largos justamente pelo menor número de pessoas reunidas. Elas, por sua vez, passeiam pelo shopping olhando vitrines, demonstrando despreocupação, diferente da população do primeiro piso que estão atarefados ou em busca de resolução de problemas.

Lab de Corpo II - Relatório III (Iguatemi) - Sol

Visita técnica realiza em 05 de outubro as 10:00hs no Shopping Iguatemi, em Salvador,

O grupo de dividiu em dois para percorrer o local, em que fiquei com Luna, Camila e Karina. Começamos a observação pelo primeiro andar, e logo foi possível notar um grande número de pessoas transitando, corpos atentos, movimentação rápida. Deu para perceber que as pessoas que estavam nesse piso chegavam pela entrada principal do shopping, que dá acesso a rua, e se dirigiam imediatamente para resolver alguma das suas necessidades, e após as mesmas saiam rapidamente. As lojas desse piso são lojas de departamento, banco, alameda de serviços, praça de alimentação, entre outras O corpos tensos, iluminação fraca dando a impressão de teto baixo, chão escuro, apenas dois corredores, que geralmente ficam apertados pelo grande fluxo de pessoas. Nesse dia nos deparamos com uma reforma, o que tornou este andar mais escuro, e desorganizado, visto os tubos que ficaram a mostra por todo teto, e chão quebrado coberto por carpetes. As pessoas quase não se observavam, pela pressa característica do ambiente. Grande parte dessas pessoas chega ao Iguatemi de ônibus ou caminhando, são pessoas humildes, com vestimenta simples.

Além do espaço geral de cada piso decidimos analisar os banheiros dos mesmos. Os banheiros do primeiro andar são sujos, com fortes odores, com material inferior, enferrujados e quebrados. O da área de alimentação, que foi reformado a pouco tempo, apresenta uma condição melhor, mas é abafado e pequeno.

Após essa primeira análise, subimos para o segundo andar. Este andar oferece uma quantidade maior de lojas e as pessoas que transitam no mesmo, é uma mescla de corpos tensos/apressados com relaxados/contempladores. A iluminação também é uma combinação entre bem iluminado e espaços menos iluminados, o barulho é um pouco menor que no primeiro piso, dando até par escutar alguma coisa das músicas ambientes proporcionadas pelo estabelecimento. Nesse andar não é possível identificar um grupo único de classe social, sendo um espaço que permite o entrelaçamento entre corpos de diversos níveis sociais, sem que haja uma classificação e ou inadequação por parte dos mesmos. Os Banheiros desse andar são melhores que os do inferior, porém sem destaque quanto ao requisito conforto.

Subimos para o terceiro piso, sendo perceptível a enorme diferença com os demais analisados: pé direito mais alto, corredores mais amplos, iluminação mais clara, lojas maiores, pisos enceradíssimos, brilhos, enfeites, flores, perfumes, música ambiente harmonizando o local, ar condicionado mais forte, cadeiras, sofás, pufes, poltronas, tudo proporcionando um grande bem estar. As pessoas caminham mais tranquilamente, os corpos transitam sem bater com outros, as pessoas se observam mais, demoram mais para realizar cada atividade, corpos mais eretos, mais brancos. Foi observado que a iluminação além de destacar mais as lojas e decoração do shopping, também torna as próprias pessoas que passeiam pelos ambientes desse andar em mais um atrativo do local, sendo estes corpos ”modelos” da moda apresentada no mesmo. Os banheiros são claros, arejados, com destaque para o da praça de alimentação que tem sala de espera, para que as pessoas descansem. É arejado e com iluminação estrategicamente posicionada, sendo o banheiro grande, decorado, com utensílios tecnológicos, perfumados, espelhados e com número pequeno de pessoas, reforçando o conceito de bem estar desse piso.

Após as análises e observações, ficam as questões: Será que os ambientes são produzidos para condicionar os corpos a determinada linha de casta, de domínio e de possibilidades? Não será então mais uma forma de alienação, no momento em que são reprimem as condições de determinados corpo de se relacionarem com os outros corpos? Estes ambientes não são uma forma de censurar os direitos de igualdade do cidadão?

sábado, 14 de novembro de 2009

Relatório de observação no Pagode

por isaura,

Fomos então para a nossa ultima proposta de observação de ambientes e suas corporalidades no Laboratório de Corpo II. A proposta era de irmos para um pagode no píer bairro da Ribeira. E assim fomos, divididos em dois carros acompanhados por nossa professora Adriana seu marido e amiga que assessoravam nossa empreitada nos levando de carro até o local, muito distante de nossas moradas.

Ao chegarmos lá, havia um carro com a mala aberta para explanar o som que tocava o pagode, em volta deste local, muitas pessoas dançando e bebendo. Ali já começa nossa observação. Minutos depois, estranhando todo aquele movimento, fomos informados de que a SUCOM havia recolhido o sistema de som, e que logo, não haveria o pagode que costuma acontecer toda semana.

Sendo assim, acolhemos a proposta do nosso colega Tiago e seguimos para uma casa de show no bairro do Uruguai a Paty Miusic onde também acontecia um pagode. Este local situava-se numa rua de casas e em frente a uma “igreja evangélica”. O ingresso era 10 reais. Adentrando esse espaço fomos revistados pelos seguranças num corredor fechado onde seria a área de fumantes, logo após uma porta que se abria por cordas puxadas por pessoas, do lado direito um bar com bebidas diversas (wisk, cerveja, etc.) e um caixa ao lado vendendo as fichas.

A frente um amplo espaço onde no final situava-se um palco de uns 2 metros e altura, e acima uma espácie de camarote. O chão era úmido e aos poucos muitas pessoas iam chegando. Depois do partido alto, entra uma banda de pagode pouco conhecida, e o som começa a rolar e respectivamente, as pessoas começam a dançar. Muitos casais e muitos homens no local, bem na frente do palco duas garotas com roupas bem curtas e num estado visivelmente alterado riam muito e dançavam uma com a outra muitas vezes simulando um ato sexual estimuladas pelas letras das músicas.

O ambiente era composto por pessoas diversas, contudo, parecidas na forma de vestir, e no intuito da paquera, o que se tornava cada vez mais nítido. As músicas provocavam um fervor sexual constante e a dança de homens e mulheres reafirmava esse sentido fixamente, reafirmando sempre uma condição heterossexual. Sendo essa, umas das questões que mais me chamou a atenção, pois numa comparação com o funk do rio as músicas mesmo nessa relação com o sexo a figura da mulher possui uma autonomia sexual mesmo que vulgarizada, já no pagode sempre são os homens que cantam e as mulheres estão sempre subjugadas nas músicas ou apenas colocadas para dançar, normalmente com roupas curtas.

Dessa forma, posso concluir que esse espaço era muito tranqüilo no que se propõe muitos outros espaços onde acontece esse tipo de musicalidade, como já é sabido, existem casos muito extremos de “violência moral” aceita por mulheres e homens em outros espaços. Ficamos um tempo considerável nesse lugar para perceber as alterações produzidas pelo álcool na relação com a ambiência criada e nada muito imoral ocorreu além das duas meninas já citadas. Impossível também não considerar outra observação que era a presença de uma maioria de negros, o que não é difícil, pois estamos na Bahia, mas que se diferencia de ambientes de jazz, bossa ou chorinho.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Taração

Samba e pagode.

Taração
Olhar e ser olhado, esperando que algo de novo aconteça no ambiente. O/A Parti’do alto em som e imagem. Pela imagem Eles estão presentes na varanda, pela escuta o corpo samba. Dançar e atrair. A cada gole de bebida a atração aumenta. Balançar o badalo, ralar a tcheca no chão, no asfalto, pegar no compasso, no bumbum, a criatividade bomba! E quem não gosta?
Através do ritmo e das letras que conduzem o mexer das pelves o corpo evidencia o que têm de sensualidade/ sexualidade. Permissão é a palavra chave. Muitos só falam, outros muitos dançam. Outros nem sabem como é, muitos outros falam e dançam, até porque na hora é bom Demais!

Continua...

Taração

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Lab de Corpo II - Relatório dos Relatórios III (Iguatemi) - Mayana

A MINHA VISITA AO SHOPING FOI UM POUCO ATRAPALHADA PORQUE ME DESINCONTREI COM O GRUPO POR CHEGAR UM POUCO ATRASADA FIQUEI ESPERANDO O RETORNO DELES PARA A PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO DO SHOPING ELES DEMORARAM UM POUCO ENTÃO DECIDIR OBSERVAR AS PESSOAS A MINHA VOLTA , MUITAS DELAS PARECIAM PREOCUPADAS SEMPRE COM OS OLHOS NO RELÓGIO COMIAM RÁPIDO E NEM OLHAVAM DIREITO PARA OS LADOS , OUTRAS PARECIAM SOLITÁRIAS SENTADAS SOZINHAS NA MESA DA PRAÇA DESTANTE DAS OUTRAS PESSOAS PARECIAM SE INSOLAR DE TUDO E DE TODO QUE ESTAVAM AO SEU REDOR SÓ TENDO COMO COMPAIA O TELEFONE CELULAR MUITO DOIDO ISSO. COMO A TURMA DEMOROU A RETORNAR FUI AO BANHEIRO DO TERRIO DO SHOPING NOSSO O QUE ERA AQUILO? FEDIA MUITO E VÁRIAS MULHERES NA FILA COMENTAVAM O PORQUE QUE TODOS OS BANHEIROS DO SHOPINGUE ERAM DIFERENCIADOS SE QUEM FREQUENTAVA O SHOPINGUE ERAM PESSOAS IGUAIS MAIS SÓ COM UMA DIFERENÇA O PODER AQUISITIVO E QUE A MAIORIA DELAS TINHA UM SÓ OBJETIVO FAZER COMPRAS DAÍ PAREI PARA PENSAR EM TUDO QUE ELAS FALAVAM E LEMBREI DO TEMPO QUE TRABALHEI LÁ NO TERCEIRO PISO DO SHOPING NA C E A PISO ESSE QUE TEM AS LOJAS DE GRIFE , LEMBREI DAS PESSOAS QUE PASSARAM POR MIM NA LOJA , SUAS FORMAS DE VESTIR DE FALAR E COMPAREI COM AS PESSOAS QUE ATENDIA NO TERRIO DA LOJA NOSSA ERAM MESMO DIFERENTES AS DO TERRIO ERAM MAIS UMILDES TINHAM ATE MEDO DE ME FAZER ALGUMA PERGUNTA SOBRE AS MERCADORIAS DA LOJA , SE VESTIAM COM ROUPAS BEM SIMPLES E ERAM BONS PAGADORES PESSOAS COM CARA DO POVO BRASILEIRO JÁ AS DO TERÇEIRO PISO A MAIORIRA ERAM ARROGANTES SEMPRE DE NARIZ EM PÉ NEM OLHAVAM NA MINHA CARA DIREITO SÓ FAZIAM EXIGIR COISAS E NEM AGRADECIAM PELOS MEUS SERVIÇOS PRESTADOS A ELES MUITAS VEZES TINHAM O NOME NO SPC MAIS MESMO ASSIM NÃO PERDIAM A POSE , POBRES COITADOS MAL OS SABEM QUE QUANDO MORREMOS VAMOS TODOS PARA O MESMO BURACO DEBAIXO DE SETE PALMO DE TERRA .

Lab de Corpo II - Relatório dos Relatórios II (Âncora do Marujo) - Mayana

PUDE PERCEBER NOS RELATÓRIOS DA TURMA QUE FOI PARA A VISITA À ÂNCORA DO MARUJO QUE TODOS SE SENTIRAM MUITO BEM NO AMBIENTE QUE ESTAVAM , ACHARAM ACOCHEGANTE E DIVERTIDO ONDE TODOS ESTAVAM AVONTADE MAIS ALGUNS NO INICIO SE SENTIRAM UM POUCO DESCONFIADOS E AO PERCEBER QUE ERA UM LUGAR MUITO DIVERTIDO SE DESCONTRAIRAM E PASSARAM A OBSERVAR TUDO O QUE TINHA A SUA VOLTA .

A ÂNCORA É UM LUGAR QUE A MAIORIA DOS FREQUÊNTADORE SÃO GAY RESALTA ISAURA E LUNA E CAMILA RESALTAM QUE OBSEVARAM UMA INÚMERA VARIEDADE DE PESSOAS DE IDADES E CLASSES SOCIAIS E SEXUALIDADE DIFERENTES.

SUA ESTRUTURA FISÍCA TAMBEM FOI OBSERVADA PELA TURMA SUAS LUZES , AMBIENTES CLIMATIZADOS,PALCO INLUMINADO E MODIFICAÇÕES FEITAS NO LOCAL SOBRE A LEI ANTIFUMO TAMBEM FOI RESALTADO POR ISAURA QUE É UMA FREQUENTADORA DO LOCAL COMPARAÇÔES DE COMO ERA O LOCAL ANTES DA LEI E DE COMO É AGORA DIZ QUE A ÂNCORA ERA MUITO ESFOMAÇADA E AGORA DEPOIS DA LEI ANTIFUMO FICOU BEM MELHOR.

AO OBSEVAR O RELATÓRIO DE NATÁLIA VEJO QUE TINHA IDEIAS PARECIDAS COM AS DELA POIS SEMPRE OUVIR FALAR QUE A ÂNCORA ERA UM ANTRO DE PERDIÇÃO QUE SÓ IAM PESSORAS DROGADAS E PROSTITUTAS MAIS PARANDO PARA OBSERVA ALGUMAS COISA QUE FORAM DITAS NOS RELATÓRIOS DE KARINA VEJO QUE MINHA VISÃO ERA COMPLETAMENTE ERADA E SINTO VONTADE DE CONHECER TAMBEM A ÂNCORA UM DIA ACHEI QUE É UM LUGAR INTERESSANTE PARA SE CONHECER AINDA MAIS PORQUE LÁ TEM SHOW DE TRANSFORMISTAS E VALORIZO PESSOAS QUE TRABALAHAM COM DUBLAGEM E PEFORMANCE ACHO ISSO MUITO LEGAL.

Lab de Corpo II - Relatório I (Igreja Universal) - Mayana

A VISITA PARA PESQUISA DE CAMPO NA IGREJA UNIVERSAL DO REINO DE DEUS QUE FICA SITUADA NA AV. ACM NO BAIRRO DA PITUBA FOI MUITO INTERESSANTE PORQUE ME FEZ RECORDAR DO TEMPO DE CRIANÇA QUANDO EU IA COM MINHA MÃE PARA A IGREJA UNIVERSAL, QUE FICA NO BAIRRO DO GARCIA. LEMBRO QUE NÃO ENTENDIA NADA QUE OS ADULTOS BERRAVAM JUNTOS AOS PASTORES, CHORAVA MUITO PORQUE OS BERROS DOS PASTORES E DOS FIEIS ME ASSUSTAVAM E ME INCOMODAVAM E AO CHEGAR NO TEMPLO DA FÉ, NOME QUE É DADO PELOS PASTORES E FIEIS DA IGREJA UNIVERSAL ME DEPARO COM DUAS CRIANÇAS BEM PEQUENAS CHORANDO ISSO PARA MIM NÃO FOI MUITO LEGAL NO MOMENTO E ME INCOMODOU MUITO DEU VONTADE DE TIRAR AS DUAS DAQUELE LUGAR CORRENDO E LEVA-LAS PARA UM LUGAR MAIS CALMO, DEPOIS OBREIROS DA IGREJA ME ACOPANHARAM ATE UMA POLTRONA PARA QUE EU PUDESSE ASSISTIR AO CULTO DO PASTOR MERCIAS PARA UMA MUTIDÂO DE AMBOS OS SEXOS E DE FAIXA ETÁRIA DIVERSIFICADA QUE ABORDAVA ASSUNTOS SOBRE O COMPORTAMENTO DAS PESSOAS PERANTE A SOCIEDADE E SEUS ABITO DE TUDO FALAR QUE SEUS ATOS ERAM EM NOME DE DEUS.

OBSERVANDO ALGUMAS SENHORAS QUE ESTAVAM AO MEU LADO PUDE PERCEBER QUE ELAS CONCORDAVAM COM TUDO QUE O BISPO FALAVA PARECENDO ATÉ QUE ERAM LEIS DESCRITAS POR UM REI EM SEU PALACIO , PALACIO ESSE GRANDIOSSO ,CHEIO DE TECNOLOGIAS , VIDROS COM DESENHO DA CRUZ , UM PALCO QUE PARECIA SER MAIOR QUE O PASTOER E VARIAS CAIXAS DE SOM VIRADAS PARA AS CABEÇAS DAS PESSOAS QUE ATAVÉS DE SEUS ECOS EMITIAM OS GRITOS E TUDO QUE O PASTOR FALAVA PARA A GRANDIOSA PLATEIA DE FIEIS ONDE PARECIA UMA FORMA DE IMPINOSE POIS AS PESSOAS SENTADAS NÃS POUTRONAS FAZIAM E REPETIAM TUDO QUE O BISPO ORDENAVA, NESTE MOMENTO ME VEIO NA MENTE IMAGEM DE VÁRIAS MARIONETES MANIPULADAS POR SÓ UMA LINHA QUE LIGAVA UMA A OUTRAS POR MEIO ATRAVÉS DA PREGAÇÃO DO PASTOR MERCIAS DE UMA FORMA BEM ELABORADA.

Lab de Corpo II - Relatório IV (Pagode) - Thiago

Findamos o primeiro período do nosso Laboratório do Corpo, com a visita a um Ensaio de Pagode, desses que acontecem de maneira constante na noite da cidade de Salvador. No dia 24 de outubro de 2009, às 22 horas, nos reunimos de maneira assistemática e adentramos nas estruturas de um ambiente privado, no bairro do Roma, para investigarmos a relação entre a corporeidade presente naquele espaço, as suas formas de configurar-se e os seus propósitos políticos ideológicos reverberados no corpo que dança.

Faz-se necessário que seja registrado aqui neste relatório o nível de excitação por parte de nosso grupo com relação à visita. Até estarmos de fato inseridos no contexto, fomos contaminados por uma disposição etnocêntrica que atribua àquele contexto diversos significados preconceituosos e que não necessariamente correspondiam as expectativas engendradas outrora.

Apesar de estarmos na posição de observadores, logo nos familiarizamos com o espaço e procuramos observá-lo de uma maneira discreta e sem pôr em detrimento os estados configurativos dos corpos engajados naquela proposição de dança.

É válido ressaltar que o nosso objetivo específico como estudantes do Curso de Graduação em Dança era direcionar os nossos olhares para os corpos presentes naquele ambiente, desvelando a relação do sujeito (texto) x contexto, e, não necessariamente a dança construída e coreografada, pois acreditamos que a forma como os estados de corporeidade se impõe no âmbito dos ensaios de pagode, vão muito além dos códigos que imperam nesse tipo de composição.

Esta visita nos possibilitou perceber como o corpo é utilizado de maneira proficiente para disseminar um pensamento ideológico construído pelos seguidores desse movimento. Ao utilizarmos a palavra “proficiência” não estamos enaltecendo o conteúdo que esses corpos expõem, estamos apenas ratificando que a comunicação é eficaz. A impressão é que os corpos presentes todos têm a funcionalidade a priori de antecipar a narrativa das músicas. É como se voltássemos aos paradigmas anteriores no qual a música e dança eram aparentemente indissociáveis, pois no pagode percebemos que há ainda a necessidade do corpo subsidiar com mais veemência o discurso sexista elaborado nas composições das músicas.

É interessante atentarmos para a organização proposital desse tipo de música, que utiliza como estratégia de composição o uso exacerbado dos verbos de ações, que nos causa a impressão de ser uma recursividade para a conversão semiótica desse discurso, que se dá no corpo e pelo corpo em sua plenitude.

Essa discussão sobre a relação de transe do corpo a partir do estímulo externo (música) é interessante de ser pensada por nos auxiliar a compreender os padrões de movimentos estereotipados que figuram a nossa cidade e de certa forma nos projeta enquanto “povo que dança” para as demais regiões do país, haja vista o fenômeno Carla Perez na década de 90 e a continuidade desse fluxo com a Profª Jackeline muito recentemente. Ambas tiveram a sua imagem veiculada e atrelada ao pagode, no entanto, a primeira simbolizou aquela conjuntura como um corpo que construía o sentido para vícios de linguagem como metáfora e ambigüidade, voltadas para o pensamento sexista. Enquanto a Profª Jackeline serviu como corpo que dança para conotar uma visão machista-sexual do pagode contemporâneo, que abandona parcialmente os vícios de linguagens citados anteriormente, e assume outro: a “hipérbole sexual”.

Outro fator que acreditamos ser de extrema relevância trazer para o cerne desta discussão consiste no fato do ambiente visitado abrigar variações diferentes de um mesmo estilo, ou seja, tínhamos o pagode mais difundido na cultura baiana, sobre o qual já levantamos algumas questões ao longo do texto, mas também houve um show de pagode (partido alto) bem mais comum na cultura do sudeste. O que foi possível constatar com base nessa primeira observação, é que existe uma relação de interdependência entre o corpo que dança e a música, porque enquanto estávamos assistindo o show da primeira banda, que tocava o estilo partido alto, no qual as músicas em geral narram histórias de amor, a configuração dos corpos presentes naquele ambiente era lenta, sem movimentos cortados, o balanço do quadril quase não variava. Se tivéssemos que estabelecer uma analogia dos movimentos executados por esses corpos, com os padrões neuromusculares do movimento, segundo Valerie Hunt, diríamos que eram movimentos flutuantes. No entanto, se fosse proposta tal analogia com o outro estilo, diríamos que se tratava de uma combinação de movimentos condensados e explosivos, certamente com o intuito de dar fisicalidade ao discurso agressivo das letras das músicas.

Acreditamos que a visita ao pagode foi necessária e eficaz, pois embasados nesta observação certamente construiremos conhecimentos mais elaborados acerca do assunto, bem como, estruturaremos discursos mais fundamentados sobre este movimento que deixa há anos o lugar de subcultura baiana, subvertendo paradigmas e se firmando como cultura de massa da nossa cidade, que, por ora renega a viabilidade de custear um ingresso para os espaços mais elitistas de cultura, mas, por conseguinte investem para ouvir e assistir aquilo que entendem como cultura.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Visita ao Iguatemi_isaura

No dia 5/10 fomos ao Iguatemi por sugestão da colega Sol, com o objetivo de observar a iluminação do local nos diferentes andares na relação com os corpos transeuntes nesse espaço. Encontramos-nos na praça de alimentação e logo nos dividimos em pequenos grupos para derivar nesse ambiente comercial e de lazer.

Alguns pontos de observação foram sugeridos além da iluminação como, por exemplo, a distinção de classes entre o primeiro segundo e terceiro piso do shopping, visíveis na sua estruturação de lojas e atrativos em geral, assim como, nos corpos ali presentes.

Dessa maneira, derivamos nesses espaços e a cada piso em que circulávamos ficava claro as relações estabelecidas pelo ambiente, um agravante disso era que nesse dia o primeiro piso estava em reforma o que gerava uma iluminação mais escura p/ o local, este mesmo piso é de fácil acesso por ser a principal entrada para os pedestres, deparando-se de imediato ao entrar com o banco de um lado e do outro, as lojas americanas, entre outras lojas mais populares como C&A (lembrando que esse lugar situa-se numa das mais movimentadas vias urbanas da cidade).

O que ficou mais presente das nossas observações foi: a diferença na quantidade de pessoas em cada andar sendo o primeiro mais populoso que os outros; as pessoas claramente distintas em casses, no terceiro piso onde situa-se o cinema, livraria e piano encontramos pessoas bem vestidas e poucos negros entre lojas e cafés de “luxo”, com piso e iluminação distintos; sendo o ápice dessa observação os banheiros que no terceiro piso tinha salinha para espera com sofá redondo, muitos espelhos e climatização, o do segundo piso, diria que mediano, sem luxo mais utilizável, já o do primeiro piso remetia aos meus tempos de escola pública, claramente mal limpos com pias pequenas das mais comuns, assim como o piso e as paredes de mais baixa qualidade em materiais.

Essa experiência me fez pensar em quais parâmetros foram estabelecidos na construção desse ambiente muito bem localizado entre empresas, rodoviária e comércio em geral, se essa divisão de baixo para cima foi de fato pautada na divisão de classes de maneira tão claramente/propositalmente separatista, sem duvida isso não é tão novo se tratando de shoppings, mas não deixa de ser assustador e desrespeitoso com os corpos que transitam apenas no primeiro e segundo piso.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Lab de Corpo II - Relatório dos Relatórios II (Âncora do Marujo) - Sol

A segunda visita de campo foi realizada no Bar e Casa de shows Âncora do Marujo, localizado na Avenida Carlos Gomes, no dia 29 de setembro de 2009 as 23h20minh .

O local tem a fachada de uma casa, que durante o dia pode ser confundida com as demais casas residenciais da avenida. À noite, a varanda da casa acende uma luz verde, onde pequena quantidade de pessoas se aglomera antes do início das apresentações. O grupo foi bem recebido pelas pessoas que estavam em frente à casa, como também, pelos funcionários do estabelecimento.

Foi observado que a platéia era composta por pessoas das mais variadas idades e classes sociais: Homens e mulheres, homossexuais ou não, além de alguns poucos homens travestidos. Foi percebido que grande parte dos visitantes eram assíduos, conhecidos das intérpretes e dos donos do local.

O show apresentado nessa noite foi “O Caldo da VaGinna” realizado por duas protagonistas, Valérie e Ginna que além de interpretarem músicas fazendo dublagem, também interagiram com o público e desenvolveram uma espécie de show cômico, parados no palco e/ou circulando entre a platéia. As duas personagens tinham comportamentos e caracterizações bem diferentes, enquanto uma era bastante delicada e cuidadosa na fala, a outra era exagerada tanto na maquiagem quanto nas expressões utilizadas em sua performance. Durante o show denominado “O caldo da VaGinna” caldos foram distribuídos aos espectadores, com o objetivo de descontrair e entreter a todos, o que realmente acontece com sucesso.

A estudante Natália Matos inicialmente se questionou se a apresentação poderia ser considerada como arte, já que a mesma entendia o transformismo como uma imitação, em que o individuo observa e imita determinada personalidade ou personagem. Porém ela percebeu que seria mais que isso, o transformista interpreta, e empresta sua carga emocional à obra apresentada dando um caráter performático, e quando essa imitação é de dublagem artística combina suas emoções a da voz original, dando a impressão de que se está vendo e ouvindo alguém tão bom quanto o cantor. Confirmando com o que foi assistido, o interprete passou toda emoção sem o uso da sua voz, usando apenas o corpo, o gestual e principalmente a sincronia entre as palavras da canção e o mover dos lábios.

Notou-se corpos masculinos transformados em femininos temporariamente, um festival de adereços exagerados (perucas, seios de borracha, excesso de maquiagem, enchimentos e acessórios) que faziam desaparecer as conotações masculinas presentes nesses corpos.

Não ocorreram brigas ou desentendimentos, nem demonstrações de preconceito durante o período em que o grupo esteve no estabelecimento.

Visita 2

Relatório 2 – Visita ao bar Âncora do Marujo

Laboratório de corpo

Breve situada:

O bar referido trata de um ambiente noturno, situado na Av. Carlos Gomes onde freqüentemente acontecem shows de artistas transformistas. Foi uma proposta minha de observar questões referentes a o tipo de corporeidade percebida nesse ambiente. Mais diretamente em minha pesquisa é importante perceber as relações de (des) aparecimento na maneira de se vestir, de falar e na postura adotada pelos artistas já mencionados. Essa abordagem permite uma aproximação com Stuart Hall no que diz respeito às múltiplas identificações que compõem o sujeito. Diferente da idéia de identidade única.

Para o amadurecimento dessa pesquisa seria interessante ter contato com os transformistas em ocasião de eles estarem vestidos com trajes masculinos. Neste caso poderia contrapor os pontos de observação na busca pela identificação de possíveis (des) aparecimentos.

Mesmo assim, alguns pontos se tornaram relevantes e indicam possíveis desdobramentos em experimentos corporais. Como: a construção de uma persona (caricata, como eles mesmos falam de si), a transfiguração do corpo com próteses nos seios e nas bundas, a maquiagem carregada, entre outros. Interessante também pontuar a dublagem das músicas. Pude relacionar o deslocamento da voz em áudio com a execução da música ao vivo com o desaparecimento da voz original em detrimento desse tipo de performance.

Existe um estado de atenção no corpo dos transformistas que acredito vir do exercício de improvisação. Á todo momento é travado um diálogo com o público que ao rebater impõe ao performer uma atualização de suas memórias em tempo real para que haja uma resolução que comporte o andamento da cena. Esse exercício é permeado por uma ambiência de embriaguez e isso se dá pelo fato dos transformistas estarem bebendo em cena. É possível identificar a evolução dos corpos no decorrer da performance, ou seja, o efeito do álcool faz com que se mantenha uma energia de agitação, ao mesmo que impõe certa instabilidade nos corpos.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Lab de Corpo II - Relatório III (Iguatemi) - Karina

Dia 05 de outubro fomos fazer a visita ao shopping Iguatemi, conforme havia sido sugerido por Sol. Chegando lá, nos dividimos para percorrer o local. Sol, Luna, Camila e eu começamos pelo piso inferior e fomos subindo. Percebemos que, conforme íamos subindo, o nível das instalações ia melhorando. Observei a diferença de iluminação, o piso inferior bem mais escuro que os outros, o terceiro piso super iluminado, sobretudo na alameda das grifes.
O mais gritante para mim foi a diferença entre os banheiros. Fiquei chocada diante do mau cheiro e das péssimas condições do banheiro inferior, principalmente o do meio do corredor. Não se tratava apenas de ser antigo mas os materiais usados eram muito inferiores aos dos banheiros dos outros pisos. Os banheiros da praça de alimentação eram um pouco melhores mas mesmo assim nem se comparam aos da praça do terceiro piso, super luxuosos, iluminados, com torneiras e secadores de última geração, cheirosos e sem filas.
Embora tenhamos ido num horário de pouco fluxo (por volta das dez da manhã), pudemos perceber que o fluxo de pessoas vai diminuindo conforme subimos e que o ruído do ambiente é bem menor em cima.
Havia obras no primeiro piso e estavam bem expostas; trechos do chão onde faltava piso estavam cobertos por carpetes e às vezes por plásticos colados com fita adesiva, havia canos descobertos na parede e no teto. Achei curioso observar que um trecho em obras no segundo piso estava coberto por uma limpíssima malha branca de maneira que, se eu não estivesse ali como observadora, provavelmente não perceberia a obra. Fiquei me questionando como seria se houvesse uma obra no terceiro piso, o quão maquiada ela estaria.
As pessoas que circulavam em cada piso eram bem diferentes. É claro que por vezes víamos em um piso alguém que parecia mais com as pessoas que circulavam em outro, mas em geral, pude observar que o primeiro piso é bem mais popular, as pessoas usam roupas e adereços simples, tem um andar mais "despretencioso", poucas mulheres usam saltos (típico de quem anda de ônibus e caminha nas ruas). O segundo é mais misturado, mas, no terceiro em geral e na alameda das grifes em particular, as pessoas como que desfilam, falam baixo aos celulares, as mulheres geralmente estão de saltos altos.
Tive também a impressão de que o pé direito das lojas e corredores é mais baixo no primeiro piso e vai aumentando até o terceiro, que é bem mais alto. Não sei se essa sensação tem a ver com o fato de que o piso em baixo é mais escuro e vai clareando nos andares de cima, assim como a já citada iluminação.

Lab de Corpo II - Relatório III (Iguatemi) - Thiago

Conforme proposto em sala de aula, por nossa colega Sol Gonzáles, fomos no dia 05 de outubro de 2009, ao Shopping Iguatemi, em Salvador, com o objetivo de investigar a relação entre os diversos corpos que transitam neste espaço, identificando quais são as suas relações com o ambiente e que recursos são utilizados para dar ênfase a alguns sujeitos em detrimento de outros.

Realizamos nossa observação no turno matutino, pois a maioria da turma não se disponibilizou a estar envolvida com esta atividade no contraturno, fator que a meu ver não contribuiu para a proficiência da proposição, uma vez que o shopping neste horário tem um fluxo reduzido de pessoas, e de certa forma isto interferiu de maneira significativa no meu diagnóstico acerca do espaço.

No decorrer da nossa visita foi possível constatar alguns contrastes no espaço, sobretudo, no que tange a relação entre os corpos e a luz incidida sobre eles. Percebi que os graus de iluminação variavam de acordo com os andares que constituem o prédio, nos levando a supor que no último andar a luz seria mais forte para realçar as grifes e espaços destinados àqueles que possuem um poder aquisitivo maior.

Esta suposição está de certa forma arraigada a outros fatores que observei, como por exemplo: Os banheiros tinham configurações diferentes em cada andar, sendo a disparidade entre eles algo que focou a minha atenção. No primeiro andar o banheiro público era muito maltratado, sujo e com odores fortes. Enquanto no terceiro andar o banheiro era extremamente perfumado e agradável. Diante disso surgiu a seguinte inquietação: Será que a organização daquele espaço social pretende atender de maneira diferenciada o seu público levando em consideração a sua situação financeira?

Certo de que se tivéssemos realizado a nossa visita em condições de maior fluxo no shopping teríamos resultados mais claros e coesos, sugiro que voltemos a fazer novas observações neste espaço e com uma temporalidade maior, pois acredito ser interessante que façamos esta observação lidando com um número maior de variáveis independentes, e por conseguinte chegaremos a novas conclusões, tendo a possibilidade de confrontá-las na busca incessante pelas respostas para as nossas inquietações.

Lab de Corpo II - Relatório III (Iguatemi) - Natália

Visita realizada dia 05/10/2009 com encontro previsto na entrada principal do Shopping Iguatemi as 9:30h.


Cheguei com Thiago aproximadamente as 10h, e no local marcado já estavam Adriana, Isaura, Camila, Luna e Karina. Entramos no Shopping e esperamos os outros na praça de alimentação do primeiro piso, passado uns 15 minutos Sol chegou, tivemos uma breve conversa do que seria a visita e decidimos nos separar e iniciar a observação.


Com o MP3 o ouvido segui logo para o terceiro piso, estava com Adriana, Isaura e Thiago, ao chegar lá percebemos de cara o cheiro, o quanto era diferente do cheiro do primeiro piso, era um cheiro de perfume francês. Tinham poucas pessoas circulando e nenhuma delas aparentava ter pressa, o ambiente era silencioso e os pisos extremamente limpos e brilhosos. As pessoas que circulavam no terceiro piso pareciam nem ter passado pelo segundo e muito menos pelo primeiro piso, até porque nem precisavam, já que o estacionamento dava entrada direto ao piso 3, elas se comportavam de uma maneira “fina”, isso estava claro nas vestimentas, na forma de andar, de conversar e até de falar no celular ( ninguém gritava falando no aparelho). As lojas do terceiro piso eram as melhores do shopping, e as mais caras é obvio. Na praça de alimentação pude observar a amplitude e a quantidade de lojas e que bem maior que a do primeiro piso, e a iluminação vasta que o teto solar proporciona. Lá também se encontra o Multplex, complexo de cinema. Por fim fomos no tão falado banheiro. Banheiro novo, limpo, arejado e moderno, espelhos espalhados por todos os lados, portas de acrílico e até torneiras e secadores de mão de ultima geração.


Descemos para o segundo piso, onde eu posso dizer que é a classe media do shopping, um pouco de mais gente caminhando, e as lojas digamos que “razoáveis” como C&A, Renner, CVC turismo entre outras que a gente faz o cartão e divide em 10 vezes. rs

O banheiro já não é tão chique, os espelhos velhos e enferrujados, as portas de madeira e o cheirinho já não era aquele do terceiro piso.


Primeiro piso. Uma multidão de gente andando por todos os lados, elas corriam e faziam barulho conversando alto, umas até gritando no celular. Esse andar estava em reforma, o que dificultada o transito nos corredores. A loja de maior fluxo era as Americanas, os bancos também estavam lotados, afinal era dia 5. Pude observar também a escuridão do primeiro piso e o chão do térreo que é bem diferente do segundo e principalmente do terceiro piso. Para perceber o banheiro nem precisava entrar, no corredor já se sentia o mal cheiro, mas insistimos e entramos. Parecia banheiro de hospital publico (daqueles bem acabados), tinha até fila la dentro, pouquíssimos espelhos, azulejos e piso sujos e velhos.


Enfim, a desigualdade é estampada nos andares do Shopping Iguatemi. Adriana fez uma comparação ao Titanic. Primeira classe, segunda classe e terceira classe. A nobreza, a classe media e o povão.

Lab de Corpo II - Relatório dos Relatórios II (Âncora do Marujo) - Karina

Nos relatórios sobre a visita ao Âncora do Marujo, todos falaram de um ambiente aconchegante e divertido onde se sentiram a vontade. Camila ressaltou a gentileza dos freqüentadores e funcionários. Natália foi a única que afirmou entrar desconfiada, mas logo descontraiu ao perceber que o local era bem diferente do que ela imaginava. Apesar de Isaura falar do local ser normalmente freqüentado pelo público gay, Luna e Camila ressaltaram que observaram uma variedade de pessoas no que tange à idade, classe social e sexualidade. Falaram também da casa propriamente dita, afirmando que ela se confundiria com as outras casas da mesma rua não fosse pelo ajuntamento de pessoas na porta e, segundo Luna, pela luz verde acesa na varanda. Isaura disse que, apesar de ser freqüentadora do local, o fato de ir com olhar de observadora já modificou seu estado. Fala ainda do ambiente aconchegante e climatizado, descreve o palco e a iluminação azulada e observa que a lei antifumo modificou o ambiente, que antes estava sempre esfumaçado. Diz também que o ambiente tem um “q” de familiar, ao contrário do que se possa pensar. Isso tem relação com o relatório de Natália, no qual ela afirma que via o local como um “brega” e que mudou totalmente a sua opinião depois de entrar lá. Sua opinião também mudou com relação à performance dos transformistas à qual ela não atribuía nenhum valor artístico e cultural. Disse que a interpretação que eles dão às músicas que dublam, as piadas que contam, a forma como se vestem, transitam e interagem com o público, fez com que ela passasse a ver sua atuação como comunicação e arte. Ainda sobre o show dos transformistas, foi colocado que eles dublavam cantoras brasileiras (Maria Bethânia e Alcione), o que Isaura ressaltou como positivo já que geralmente esses artistas tendem à americanização nos repertórios. Isaura e Camila ressaltam ainda a diferença entre as duas personagens; uma delas, Valery Ohara, que dublou Maria Bethânia, era elegante e delicada, enquanto a outra, Ginna, que dublou a Alcione era mais escrachada. Luna fala ainda dos adereços exagerados que fazem desaparecer sob si as características masculinas dos corpos dos artistas.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Âncora do Marujo

Relatório de experiência no Âncora do Marujo

Isaura Tupiniquim





Nossa segunda visita foi num espaço completamente distinto do primeiro, contudo nesse espaço não sou estrangeira, freqüento este a mais de um ano com amigos.

Esse inferninho situado na Av. Carlos Gomes é um espaço normalmente freqüentado pelo publico Gay de Salvador de todas as idades, onde acontecem performances de transformistas de todos os tipos e para todos os gostos, o ambiente é climatizado e aconchegante e a iluminação tem um tom azulado, o palco, uma das coisas mais legais é muito pequeno tipo 1 por 1m e seu piso são quadrados preto e branco.

Nesse dia em específico, achei legal estar com pessoas que não costumam freqüentar esse ambiente, e estar lá para observar já propunha outro olhar e estado para mim mesma.

Uma das coisas que mais me chamou a atenção foi uma jovem velhinha de mais ou menos 70 anos que estava lá dando muitas gargalhadas ao lado de quem parecia ser seu filho, um jovem gay de cabelos grandes que demonstrava enorme carinho por ela.

O show nesse dia foi de Valery Ohara uma transformista muito charmosa que normalmente dubla as músicas de Maria Bethânia, e foi muito bom ter sido ela nesse dia, pois existe uma tendência musical entre os transformistas voltada para cultura norte americana já massificada, e ela muda essa perspectiva. A Valery propõe piadas, como é comum nesses shows, mas com uma classe que a distingue, sempre muito feminina, apesar de virar o copo de bebida como poucas... outra especificidade do local, normalmente elas bebem muito em cena!

Já a convidada dela, com quem dividiu o palco por instantes era uma transformista que costumo ver pouco, uma forma estarrada/exagerada/engrassada, que dublava Alcione, gordinha e com enxertos enorrrrrmes além de uma peruca completamente embaraçada.

Muitas coisas aconteceram essa noite, como um carinha que ouviu Nathalia falando em fazer uma parada “hetero” o que o estimulou a entrar na conversa e dizer que adorava ser Gay, que o mundo é Gay e acabou por contar quase toda sua vida e se mostrar interessado pelo Thulio, nosso colega do quarto semestre.

Por fim, já no fim da noite a transformista estarrada gritou em publico quando eu passava para ir ao banheiro, que eu tinha acabado de sair da FEBEM, com certeza pelo corte de cabelo, caímos na gargalhada. Entre outras situações, depois da lei, não existe mais fumaça de cigarro no espaço o que muda muito o ambiente que era o tempo inteiro esfumaçado... enfim, demos muitas risadas e nos divertimos muito nesse ambiente que tem “Q” familiar diferente do que muita gente pode pensar... e ahhhhhhhhhh Jorgina arranjou uma marmita???? rs