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quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Lab de Corpo II - Relatório II (Âncora do Marujo) - Natália

Visita realizada dia 29/09/2009 com encontro previsto no Campo Grande as 23h, o que não aconteceu já que Lucas iria se atrasar pois precisava arrumar suas coisas para viagem, Camila e Luna foram para o Largo 2 de Julho entre outros.

Saí do ballet em sentido ao Campo Grande as 20h (dizendo a meu pai que iria a um “brega” fazer uma visita acadêmica), passei na Lapa onde tomei uma cerveja acompanhada e as 22:45h aproximadamente me dirigi ao local marcado. Chegando lá ninguém se encontrava, logo fiz uma ligação para Lucas e decidir ir para casa do mesmo. No caminho passava um carro na cor prata com pessoas buzinando e gritando meu nome, eram Adriana, Isaura e Thulio que estavam indo também para casa de Lucas. Entrei no carro é claro, afinal a rua estava parcialmente deserta e eu não ia optar por ir andando. Chegando na casa de Lucas ficamos esperando na porta pois Adriana falou que se descêssemos não iríamos sair tão cedo, mas logo Lucas falou que ainda não estava pronto e nos liberou para seguirmos dizendo que iria mais tarde com Tiago e Jorge.

Chegamos ao Ancora do Marujo mais ou menos as 23:20h, Adriana, Isaura, Thulio e eu. Desconfiada fui a ultima desse grupo a entrar, fui observando o ambiente e aos poucos fui me sentindo a vontade, percebi um local tranqüilo, arrumado, limpo, pequeno e confortável, o que foi contradizendo o aquilo que falei a meu pai mais cedo, que eu iria para um “brega”.

Sentamos, nos acomodamos e pedimos uma cerveja, eu já estava um pouco tonta, mas percebi que quando bebo me torno um pouco mais comunicativa, já que não sou de muito papo. Comecei a conversar com Adriana, Isaura e Thulio, lembro que eu brincava dizendo que iria lançar a parada hetero, pois teve uma parada gay na cidade baixa no domingo dia 27/09 e dava a impressão que nos dias atuais existem mais homossexuais que heterossexuais, ou que parece ser uma “imposição”ou egoísmo da cultura gay dizer que o mundo é gay. O que particularmente discordo.

No meio da conversa um rapaz muito simpático, cujo o nome não lembro se integrou ao papo, e assim fui também me sentindo mais a vontade para falar o que penso. Ele falava aquela frase famosa que eu discordo: “O mundo é gay”, e eu rebatia, mas chegamos em um acordo quando eu falei que sou contra guetos, pois quanto mais o publico gay se aglomeram em guetos mais abrem espaços para o pré conceito.

Camila e Luna chegaram e logo dispersamos o papo, Lucas, Jorge e Tiago também não demoraram de chegar, em torno de meia noite e pouca deu se inicio aos shows das transformistas.

Eram duas drag queens, que também não sei os nomes, acho que uma delas se chamava Gina, mas enfim, o show se dividia em dublagem e piadas, algumas direcionadas ao publico.

Enquanto elas dublavam a musica Axé ôdo, cantada por Maria Betania e Ivete Sangalo eu me questionava se aquilo poderia ser considerado como arte, afinal transformismo é uma imitação, o individuo observa e imita determinada personalidade ou personagem, mas, mais que isso ele interpreta, e empresta sua carga emocional a obra apresentada dando um caráter performático, e quando essa imitação é de dublagem o artística combina suas emoções á da voz original, o que da a impressão de estarmos vendo e ouvindo alguém tão bom quanto o cantor. E foi assim que aconteceu, o interprete passou toda emoção sem o uso da sua voz, usando apenas o corpo, o gestual e principalmente a sincronia entre as palavras da canção e o mover dos lábios.

Alem da imitação, os transformes deram uma espécie de show cômico, parados no palco e, ou circulando entre o publico eles faziam piadas humorísticas o que também da uma conotação artística. E alem disso, observei também a produção visual deles, que por sinal dão um show a parte. Maquiagem, perucas, roupas, enchimentos e acessórios causam impacto ao publico. Eles são fechativos, mas acredito que essa produção rica e brilhosa completam e enriquecem seus trabalhos.

Saí de lá 1h da madrugada, e voltei para casa com uma visão totalmente diferente daquela que eu tinha em relação ao transformismo, o que pra mim tal atividade não tinha nenhuma importância cultural e artística, passou no meu conceito a se caracterizar como comunicação e arte.

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