Lab de Corpo II - Relatório I (visita à Igreja Universal) - Thiago

Relatório da Pesquisa de Campo

Interessados em investigar o corpo nas suas relações com os diversos ambientes, a turma de Laboratório do Corpo II (sob a orientação da Profª Adriana), direcionou os seus olhares para as múltiplas organizações sociais, e quais papéis cada corpo (sujeito) assume nessa instância, bem como, perceber quais configurações são projetadas a partir desta relação.

Sabe-se que durante muito tempo o corpo foi visto pelas entidades religiosas como um agente do pecado e, por isso, sempre foi muito comum que esses indivíduos assumissem estados corporais que trouxessem uma conotação de submissão e castigo.

Na visita a Igreja Universal do Reino de Deus, em Salvador, foi possível observar que mesmo vivenciando a era do conhecimento, onde as informações são articuladas formulando objetos cognoscíveis cada vez mais complexos, que, por conseguinte deveriam gerar posturas mais céticas, é comum fiéis se submeterem a reorganizações corporais que ilustrem de maneira simbólica todo arrependimento, angústia e pudor necessários para serem considerados partes daquele processo, no qual as normas são estabelecidas através de um discurso unilateral, com muitas lacunas do ponto de vista epistemológico, porém, sustentado com veemência a partir de informações metafísicas e abstratas.

É importante salientar que as impressões aqui registradas não perpassam por nenhuma forma de preconceito (discriminação), são apenas outras formas de percepção daquela comunidade que se aglutina por diversos motivos, mas que mantém configurações muito semelhantes. Tais semelhanças nos conduz a pensar que de maneira inconsciente foi criado por aquele coletivo (Igreja Universal) um novo padrão corporal, que está arraigado a toda uma diacronia dogmática dos valores cristãos, balanceado com os pilares básicos do capitalismo financeiro.