Relatório da pesquisa de campo à igreja universal do reino de Deus.
A pesquisa relacionada á visitação à igreja universal do reino de Deus começou quando discutimos a respeito deste ambiente e dos indivíduos que o compõe. Decidimos então visitar a igreja localizada na av. ACM num domingo pela manhã, e tentamos nos adequar ao local adaptando nosso modo de vestir e portar-se para não destoarmos do contexto.
Ao entrar no Templo o que mais chama a atenção é o tamanho do lugar e a quantidade de pessoas. A grande maioria dos fiéis é recebido por um funcionário e instruído a sentar-se em um determinado local, o que não ocorreu comigo, então escolhi livremente meu lugar numa fileira vazia. Pouco tempo depois da minha entrada os funcionários da igreja chamados pelo Bispo de “obreiros” trouxeram uma folha de papel com duas manchas e uma palavra (genuflexório), no momento não entendi que deveria ser utilizado para ajoelhar em cima, e não consegui observar que os fieis faziam isso, estava mais atenta a uma obreira que sentara a meu lado e ao que parece me observava.
O Bispo mantém um diálogo direto e contínuo com os espectadores que demonstram concordar e temer a tudo que é relatado, ele também se preocupa o tempo inteiro em fazer com que os indivíduos ali presentes se sintam confortáveis e a vontade, oferecendo a ajuda dos obreiros para qualquer coisa como, por exemplo, procurar um versículo da bíblia, pergunta se estão com calor, se dormiram bem etc.
O discurso proferido por quem está ministrando o culto parece ter sido previamente preparado, pois tem um enredo lógico e muito bem arquitetado. A todo tempo o bispo justifica o que falou com passagens da bíblia e exemplifica com parábolas para dar dramaticidade e emoção, e esse é o ponto que mais toca os fiéis, pois eles tomam a dimensão de onde teoricamente podem chegar se não medirem seus atos.
Os indivíduos ali presentes demonstram corporalmente muita fragilidade e submissão, colocando-se a mercê da ajuda daquele lugar. As pessoas se desprendem ajoelhando-se, gritando e fechando os olhos. Eles parecem acreditar que dessa forma irão alcançar a graça que ali é prometida, como se aquele sacrifício feito (seja ele o simples ato de se ajoelhar ou o absurdo de doar 10% do salário) fosse ser recompensado.
Observei que praticamente ninguém se levantava para sair, ir ao sanitário ou atender o celular, todos permaneciam sentados e atendendo aos chamados do Bispo que sempre repetia frases que prendiam os espectadores como “olhem pra mim!”, ou “vocês estão ligados irmãos?”. O fato de ninguém sair no meio do culto me preocupou muito, pois não sabia qual seria a reação das pessoas a nossa saída. Num dado momento foi determinado que todos se levantassem e eu juntamente com a professora Adriana, aproveitei o momento para sair. Surpreendentemente pra mim não fomos abordadas de nenhuma forma pelo fato de estarmos saindo, mas fomos intimidados por dois seguranças enquanto conversamos sobre o culto do lado de fora da igreja, já na calçada pública, achamos então melhor deixarmos o local.
RÁDIO
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