RÁDIO

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Âncora do Marujo

Relatório de experiência no Âncora do Marujo

Isaura Tupiniquim





Nossa segunda visita foi num espaço completamente distinto do primeiro, contudo nesse espaço não sou estrangeira, freqüento este a mais de um ano com amigos.

Esse inferninho situado na Av. Carlos Gomes é um espaço normalmente freqüentado pelo publico Gay de Salvador de todas as idades, onde acontecem performances de transformistas de todos os tipos e para todos os gostos, o ambiente é climatizado e aconchegante e a iluminação tem um tom azulado, o palco, uma das coisas mais legais é muito pequeno tipo 1 por 1m e seu piso são quadrados preto e branco.

Nesse dia em específico, achei legal estar com pessoas que não costumam freqüentar esse ambiente, e estar lá para observar já propunha outro olhar e estado para mim mesma.

Uma das coisas que mais me chamou a atenção foi uma jovem velhinha de mais ou menos 70 anos que estava lá dando muitas gargalhadas ao lado de quem parecia ser seu filho, um jovem gay de cabelos grandes que demonstrava enorme carinho por ela.

O show nesse dia foi de Valery Ohara uma transformista muito charmosa que normalmente dubla as músicas de Maria Bethânia, e foi muito bom ter sido ela nesse dia, pois existe uma tendência musical entre os transformistas voltada para cultura norte americana já massificada, e ela muda essa perspectiva. A Valery propõe piadas, como é comum nesses shows, mas com uma classe que a distingue, sempre muito feminina, apesar de virar o copo de bebida como poucas... outra especificidade do local, normalmente elas bebem muito em cena!

Já a convidada dela, com quem dividiu o palco por instantes era uma transformista que costumo ver pouco, uma forma estarrada/exagerada/engrassada, que dublava Alcione, gordinha e com enxertos enorrrrrmes além de uma peruca completamente embaraçada.

Muitas coisas aconteceram essa noite, como um carinha que ouviu Nathalia falando em fazer uma parada “hetero” o que o estimulou a entrar na conversa e dizer que adorava ser Gay, que o mundo é Gay e acabou por contar quase toda sua vida e se mostrar interessado pelo Thulio, nosso colega do quarto semestre.

Por fim, já no fim da noite a transformista estarrada gritou em publico quando eu passava para ir ao banheiro, que eu tinha acabado de sair da FEBEM, com certeza pelo corte de cabelo, caímos na gargalhada. Entre outras situações, depois da lei, não existe mais fumaça de cigarro no espaço o que muda muito o ambiente que era o tempo inteiro esfumaçado... enfim, demos muitas risadas e nos divertimos muito nesse ambiente que tem “Q” familiar diferente do que muita gente pode pensar... e ahhhhhhhhhh Jorgina arranjou uma marmita???? rs

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