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segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Lab de Corpo II - Relatório III (Iguatemi) - Sol

Visita técnica realiza em 05 de outubro as 10:00hs no Shopping Iguatemi, em Salvador,

O grupo de dividiu em dois para percorrer o local, em que fiquei com Luna, Camila e Karina. Começamos a observação pelo primeiro andar, e logo foi possível notar um grande número de pessoas transitando, corpos atentos, movimentação rápida. Deu para perceber que as pessoas que estavam nesse piso chegavam pela entrada principal do shopping, que dá acesso a rua, e se dirigiam imediatamente para resolver alguma das suas necessidades, e após as mesmas saiam rapidamente. As lojas desse piso são lojas de departamento, banco, alameda de serviços, praça de alimentação, entre outras O corpos tensos, iluminação fraca dando a impressão de teto baixo, chão escuro, apenas dois corredores, que geralmente ficam apertados pelo grande fluxo de pessoas. Nesse dia nos deparamos com uma reforma, o que tornou este andar mais escuro, e desorganizado, visto os tubos que ficaram a mostra por todo teto, e chão quebrado coberto por carpetes. As pessoas quase não se observavam, pela pressa característica do ambiente. Grande parte dessas pessoas chega ao Iguatemi de ônibus ou caminhando, são pessoas humildes, com vestimenta simples.

Além do espaço geral de cada piso decidimos analisar os banheiros dos mesmos. Os banheiros do primeiro andar são sujos, com fortes odores, com material inferior, enferrujados e quebrados. O da área de alimentação, que foi reformado a pouco tempo, apresenta uma condição melhor, mas é abafado e pequeno.

Após essa primeira análise, subimos para o segundo andar. Este andar oferece uma quantidade maior de lojas e as pessoas que transitam no mesmo, é uma mescla de corpos tensos/apressados com relaxados/contempladores. A iluminação também é uma combinação entre bem iluminado e espaços menos iluminados, o barulho é um pouco menor que no primeiro piso, dando até par escutar alguma coisa das músicas ambientes proporcionadas pelo estabelecimento. Nesse andar não é possível identificar um grupo único de classe social, sendo um espaço que permite o entrelaçamento entre corpos de diversos níveis sociais, sem que haja uma classificação e ou inadequação por parte dos mesmos. Os Banheiros desse andar são melhores que os do inferior, porém sem destaque quanto ao requisito conforto.

Subimos para o terceiro piso, sendo perceptível a enorme diferença com os demais analisados: pé direito mais alto, corredores mais amplos, iluminação mais clara, lojas maiores, pisos enceradíssimos, brilhos, enfeites, flores, perfumes, música ambiente harmonizando o local, ar condicionado mais forte, cadeiras, sofás, pufes, poltronas, tudo proporcionando um grande bem estar. As pessoas caminham mais tranquilamente, os corpos transitam sem bater com outros, as pessoas se observam mais, demoram mais para realizar cada atividade, corpos mais eretos, mais brancos. Foi observado que a iluminação além de destacar mais as lojas e decoração do shopping, também torna as próprias pessoas que passeiam pelos ambientes desse andar em mais um atrativo do local, sendo estes corpos ”modelos” da moda apresentada no mesmo. Os banheiros são claros, arejados, com destaque para o da praça de alimentação que tem sala de espera, para que as pessoas descansem. É arejado e com iluminação estrategicamente posicionada, sendo o banheiro grande, decorado, com utensílios tecnológicos, perfumados, espelhados e com número pequeno de pessoas, reforçando o conceito de bem estar desse piso.

Após as análises e observações, ficam as questões: Será que os ambientes são produzidos para condicionar os corpos a determinada linha de casta, de domínio e de possibilidades? Não será então mais uma forma de alienação, no momento em que são reprimem as condições de determinados corpo de se relacionarem com os outros corpos? Estes ambientes não são uma forma de censurar os direitos de igualdade do cidadão?

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