O cheiro, ora fétido, outrora mais incômodo ainda, invade as narinas logo na chegada. Direita, esquerda. Esquerda, direita. Os passos dos transeuntes, de um lado a outro, seguem em direções tão confusas quanto a organização do local.
Aproximadamente 60 mil metros quadrados de corredores, ruas e ruelas recebem todo o tipo de gente. Na Feira de São Joaquim, não há censura, não há limite. Comércio, mercado, bar, boteco, moradia e berço das bugingangas. Acolhe pai, acolhe filho. Acolhe os meninos. Não à toa, é herdeira da chamada Água de Meninos, feira livre, tão livre, que ecoou pelos quatro cantos do mundo - na voz de Gilberto Gil (Água de Meninos - Capinam e Gilberto Gil) - depois de incendiar, em 1964.
O cheiro altera, torna-se fresco. Folhas colhidas. Concedo licença, peço passagem. Estica o braço, acena, pisa no pé de alguém. Perdão. A rotina é intensa e não há tempo para escutar as desculpas. Direita, esquerda. Os passos seguem...
RÁDIO
domingo, 18 de abril de 2010
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